Gosto de ver seus olhos confusos
sem saber como encontrar os meus. Suas palavras certeiras, (múltiplas,
incessantes que se multiplicam ao vento, mas ainda assim certeiras) preenchendo
todo o espaço. Gosto, mais do que tudo, de te deixar nessa posição: não aquela
já passada, na qual eu mal sabia quem você era e tampouco nessa futura, de
possibilidade do que pode ser, mas essa
tão específica, presa no caminho disso tudo. Eu sempre preferi qualquer
processo ao fim, e a gente concorda nisto. Nisto, nos lençóis, nas taças
de vinho sempre acompanhadas de cigarros e só. Eu continuo a denegar todos os
vícios que, de maneira tão intensa, roubei de você. E só esta ideia, de
roubar-te os vícios, já abre paralelos infindáveis; de crítica, concordância e submissão. Nego-me a fazê-los. Eu não quero ceder. Não vou ceder.
Ceder seria aceitar tudo que você me disse. E eu não posso fazer isso. Eu
preciso, de qualquer maneira, deixar-te ai, de olhos confusos sem saber como
encontrar os meus.