Estou de volta com aquela sensação terrível de não saber
diferenciar memórias de sonhos. São coisas pequenas, na verdade. Uma mão
esticada e a falta de foco, uma piada feita pra um amigo que não riu, uma roupa
passada que insistia em não esticar, a música que sei não existir grudada na
mente. Culpo o excesso de sono. Já se soma 12 ou 13 horas por dia? Não há mais
nenhuma vontade real. Nenhum desejo constante. Somente a certeza do que já foi
negado. O que permanece é o não decidido, uma eterna sequencia de planificações
do que pode ser, todos os ‘se’ de uma história mal contada e sem enredo ou
personagem principal. Não é estranho isso? Pensar na própria vida e não se reconhecer
como a personagem em questão?
This is the stage I’m in, diz agora uma das possíveis continuações dessa narração
que se perde em línguas, tal como fazia Anais Nin. Antes glorificada, antes
compreendida e agora vista como realmente era: uma menininha que queria o mundo.
Entende agora minha confusão nisso tudo?