terça-feira, outubro 23, 2012

Da série: e-mails que nunca vou enviar. [1/2]

Eu quis falar contigo hoje. Não que eu te conheça bem ou que você seja lá a pessoa mais compreensiva. Mas hoje, especialmente hoje, eu pensei muito em você e em toda aquela sinceridade que compartilhamos da última vez que nos falamos. Ou, sendo mais sincera, segunda e última vez que nos falamos. Convenhamos, que, em nosso primeiro encontro, perdemos completamente o foco. Eu até te olhava e sorria, não tímida, como sempre sou inicialmente, mas também não confiante. Confesso que via em você uma pessoa menor do que você de fato é, e peço desculpas por isso agora. Fico me perguntando se você me prejulgou também. Pensando nisso agora, pergunto se você sequer me notou daquela vez. Notar de verdade, olhar de cima a baixo e ocupar sua mente e criatividade pelo tempo que lhe é necessário para julgar caráter. Caráter e outras coisas mais. Talvez esse seja meu maior medo: não ser notada. Pro melhor ou pro pior. Odeio o vazio, odeio não existir. Às vezes penso que esse meu desejo em viajar o mundo não é para que eu possa ver tudo que meus olhos e tato possam me mostrar, e sim, para que o mundo me veja. Preciso desesperadamente provar minha existência.
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fica o que não se escreve.