Diário de viagem, 2 de julho de 2012. Córdoba, Argentina.
Não se passaram muitos dias desde que eu escrevi. Muito pouco quando comparada à frequência com a qual venho a me entregando essa minha única paixão constante: as palavras. Me confundo em idiomas muito mais do que antes. Mas o espanhol tem uma beleza tão singular. Uma latinidade, sonoridade, amabilidade, suavidade.
Funciona como um quebra cabeça, que se molda a partir do seu encaixe. Assim como esses últimos seis dias. Um grande quebra-cabeça, que não julga sua capacidade ou te desafia, mas...funciona. Fico na dúvida se explico corretamente ou se vou relembrar com exatidão o que sinto nesse momento quando reler esses textos. Não sei se me compreendo agora, mas tentando falar claramente, essa viagem foi uma grande descoberta. Descoberta primeiramente, é claro, da Argentina. De uma belíssima Argentina, tão rica como somente nós, sul-americanos, poderíamos ser. Descoberta do Desconhecimento Total. Linguístico, Cultural. A Descoberta de uma gana de aprendizagem de tudo. Descoberta de quem sou, do que gosto, e a reafirmação disso pela paciência e convivência com o diferente e a Descoberta de novos gostos, é claro. A Descoberta da Descoberta, e a Descoberta pelo Prazer da Descoberta.