Ando tão aérea de mim. Os meses passam como se eu não me pertencesse. Entrego-me inteira, e por nunca estar em casa, é como oferecer a pele recém trocada. As pessoas me vestem, enfeitam-se e normalmente, elas têm gostado tanto da fantasia, que me fez gostar um pouco mais de mim mesma. Se bem que, é tão mais fácil valorizar a situação assim, de longe, confortável e impossibilitada da chance de me ferir. Crio uma coragem tão absurda, que aquela teoria vagabunda do 'orgulho afrodisíaco' se torna verdade. Gabo-me na forma de uma alma estérea, sorrisos espalhados aos lados, palminhas de leve, dois pulinhos serelepes. Resolvo voltar a mim só pra ver como para ver se consigo arrastar essa felicidade da qual me faço ao meu 'eu' antigo e logo tudo parece tão errado, tão fora do lugar.
Me abandono e me pergunto como posso ser tão diferente de mim?