domingo, outubro 04, 2009

De uma maneira horrenda, eu me ligo a você. Perco toda minha segurança ao reconhecer que preciso tanto de algo que me nego. Essa é uma palavra chave em tudo que nos envolve: negação. Somos dualistas, em oposição constante e ainda assim, não nos subtraímos. Aprendi contigo mais do que gostaria, e sei que sou um motivo pra controle de vocábulos e um teste de paciência.
Existimos sem gastos, graças à tua meticulosidade feita de manias numéricas. Mediu-me certeiramente. Insisti que comigo não era assim que se fazia. 'É conversando que se ganha meu carinho inexperiente'. Você, teimoso e bronco, segue o caminho oposto, dá a volta no globo e me segura nos braços, me beija grosseiramente e então me entrego e descubro, contigo, uma pessoa nova que sempre existiu calada dentro de mim. Esta pessoa tão feliz e insegura. Tanto que na terceira noite sonho contigo nos braços de outra. Você, sorrindo querido, dizendo 'é mútuo, coração, é mútuo', e voltando-se para ela, abraçando-a como você me abraça. Eu não quero provar do meu próprio veneno. Mas entenda que sou uma pessoa de tato, e portanto, é necessário contato para se ter certeza.
Como disse Anaïs Nin com sua sábia razão feminina, o amor de só um homem (ou uma só mulher) é uma prisão. Então, 'eu o amarei com toda a minha força', diz esta nova voz minha surrupiando palavras alheias, 'mas à minha maneira'.
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fica o que não se escreve.