As estrelas, de tão miúdas, flutuam e se movem com a velocidade de meu anseio. Ora pulsam dançantes, ora permanecem, no pequeno feixe, na esperança do simples, e logo padecem, não porém, com a tristeza integrante, e sim com o efeito da calmaria pós-romance.
Se mais, um par de olhos sonolentos, que fecham na certeza de que tudo pode ser mudado e que o amanhã (que certamente não virá) é tão delicado quanto o ato de assistir a si mesmo num tango mastigado, ou o ápice de uma paixão desvairada, e perdoem o pleonasmo, um jovem casal na inocência do amor.
Acho que de tanto implorar, a desmistificação dos meus risos secretos perderam o sentido. Não há mais porque gargalhar quando todos permanecem em silêncio, só pelo prazer da descoberta. Toda vez que mostrar meus dentes, estes serão lâminas grosseiras. Abandono a simpatia arrogante que me foi tão fiel nas últimas décadas. Décadas que se dividem em cores tão plácidas que se unem em segredo, tornando a vida (e o coração tão repartido) num só, que de tão compacto, se torna pequeno, irrelevante e inevitavelmente descartável.