sustentava seus braços sobre os dela e acariciava o corpo. “como era pequena!” pensava. entre bocejos de criança e o corpo desnudo, ela dizia:
- já eu, acredito que todos precisam de sonhos. o que anseia pela manhã, afinal?
- anseio você, menina.
- porque anseias o que já tens? - dizia ela, afável. sabia que eram apenas palavras, mas já não importava. sonhara com aquilo. era real e era agora.
mal ele sabia que há tempos era almejado e, em silêncio passados, a pequena partia o peito em galanteios supérfluos, com o coração que ela agora aprendia a entregar. esse, coberto de um sentimento defensivo e feridas recentes.
- você é um mentiroso.
- porque diz isso?
- como é possível não sonhar?~
escondeu o rosto com as mãos e se deixou levar por todo o aspecto que havia abandonado.
ele sabia que o que essa noite custaria e como isso tocaria o íntimo da criança.
- ótimo. - ela dizia recolhendo suas roupas no chão, procurando o salto escondido de baixo da cama. vestia-se ali mesmo, fazendo charme e deixando à mostra as curvas recém formadas. esperava uma reação, longos dedos em volta de sua cintura dizendo desculpas, falando que não era nada, lhe pedindo para ficar..
olhou para a cama descoberta, o amante cavando a própria cova, solitário. disfarçadamente, secou os olhos e saiu.