domingo, novembro 30, 2014

Sinto como te devesse palavras. Sinto muito mais coisas do que nossa limitação temporal permitiria. Mas isso não é uma surpresa. Eu já sabia desde a primeira vez que te li. Respeito o tempo, hoje, mais do que nunca. Mas respeito ainda mais essa doce imaginação, que me permite ver fumaça em rios, nuvens no mar e corais no céu. Esta imaginação que me deu força pra chegar até aqui, em quanto o tempo, que não se esforça por ninguém, fez a única coisa que sabe fazer – seguiu em frente. E quando parecia que ele não se moveria, a imaginação cumpriu seu papel e completou vazios. E quando eu gostaria que ele parasse, enganou-me e tomou asas, deixando novamente para a imaginação a possibilidade do que poderia ser se houvesse dele – o tempo – um pouco mais.
Mas as palavras, como areia, terminam por preencher cada espaço e torna para mim quase palpável tudo que quero te dizer. E aqui estou, te pagando em verbos conjugados o que sinto. Não questiono, não cobro e jamais pediria. Veja só, ele, o tempo, me ensinou sofridamente que não cabe a mim exigir mais nada. Dá se corda, deixa o relógio correr e acompanha-se o ritmo. Em estações de trem, em sorrisos, na rotina e em diferentes rostos que em nada me fazem lembrar o seu, e ainda assim me completam. Aquela coisa que a gente costuma chamar de vida, sabe?
Brinco com a física, misturo tempo e distância e te transformo num destino. Deixo seguir e espero a hora de finalmente te encontrar, sozinho. Mas não, eu já não tenho pressa, só imaginação.
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fica o que não se escreve.