Melhores momentos e/ou experiências dos dez primeiros dias de viagem
1º Eslovacos que odeiam seu próprio país.
Pedir informações pra um estranho na rua de como chegar no metrô, começar um conversa e ouvir uma história de como as regras do seu país são rígidas e como um amigo de um amigo foi preso por jogar pedras no rio e acidentalmente matar um peixe. Após o trágico acidente, decidir carregar o pobre animal morto consigo e trombar com a polícia, que o julga culpado e o prende, por um ano.
2º Lá estão os Wallys!
Fazer caminhadas às três da manhã no centro da cidade e cruzar com um grupo de flashmob, no qual mais de vinte rapazes estão vestidos iguaizinhos ao Wally, caminhando e bebendo como se isso fosse a coisa mais comum do mundo.
3º Bullying Suave
Decidir bater um papo tranquilo com o novo amigo tcheco e a nova amiga americana e discutir minorias. O tcheco começa num discurso de como a população local não gosta de ciganos e porquê. Após chamá-los de aproveitadores, vadios, sujos e indesejados, a americana pergunta 'como se reconhece um cigano?', e o tcheco responde, 'bem, basicamente pela cor da pele, pela aparência em geral...Por exemplo, a Ana parece cigana'.
4º Ônibus hippie belga dos anos 70
Decidir visitar um vilarejo histórico que fica há duas horas de Praga, atravessar a cidade, correr até a estação, deixar o ticket cair no meio da avenida mais movimentada e perder o ônibus. Pagar outra passagem (a sua e da comrade), esperar uma hora e meia enquanto se perambula em procura de um café aberto (e ser expulsa do único que encontra), finalmente consegue seguir viagem, num ônibus antigo da Bélgica, com bancos roxos, cortinas laranjas, plantas nos corredores e música tcheca bizarra dos anos 70, com 48 assentos e 62 pessoas dentro.
5º 'Vamox pra baláda'
Se encontrar no pub, encher a cara e decidir sair com os franceses. Acabar no centro da cidade, numa balada black bebendo tequila e ensinando como dançar a brasileira. 'shake it, shake it, it's all in the butt!'
~ Menção honrosa: Dialogar sobre meios alternativos contra a solidão
Discutir dentro do ônibus as vantagens de se viajar sozinha, mas a tristeza de enfrentar o romantismo tão europeu de maneira solitária e chegar ao brilhante momento epifânico:
- It's sad. You don't have anyone or anything to hug or just to hold you, you know?
- Yeah. Well, you can always fasten your seatbelt.
(coloca o cinto e abraça sorrindo).
- See? Nothing can hold you better!