Resolvi só acordar depois do carnaval, quando eu finalmente existir e tiver calos no meio das mãos, criados nos desesperos dos meus sonhos.
Mas antes que eu me esqueça e acabe hibernando pra sempre, ligo o despertador, dessa vez o coloco a minha esquerda. faço de modo diferenciado, para nascer olhando para algo que não seja suas costas tão impássivel. camiseta velha, com cor feita pelo tempo. prato sujo em cima do tapete, gato velho arranhando a porta.
Meu primeiro movimento matutino; empurrar-lhe da cama.
dessa vez, não vou ouvir suas peripécias românticas ou sequer tentar torná-las realidade.