sexta-feira, dezembro 01, 2006

hoje foi um dia inerte. as férias me deixam cada vez mais sedentária.
todas essas músicas clássicas que insistem em tocar.. não são versos tão empoeirados como deveriam, mas serve a ocasião.
não tendo muito no que pensar nesses dias, me lembrei dum mancebo que conheci, que tinha essa maneira ridícula de pronunciar as palavras que continham a letra "s". uma pose de bicha intelectual que atraia toda a atenção. confesso que me iludiu no inicio, mas pelo modo que me pediu fogo, entregou todo o jogo. na primeira oportunidade, lhe proferi todas as asneiras que aprendi, com direito a palavrão, ego e placebos. ele me examinou da cabeça aos pés enquanto pensava bobeiras e pornografia. decidiu, mais tarde, em público, que era sua boneca inflável virgem.
- por que está rindo? - falou alto procurando por uma atenção habitual.
- pelo inflável.. ou pelo virgem mesmo. - falei de uma maneira casual, embora ele saiba que tudo aquilo havia sido metodicamente armado.
a noite foi um espetáculo de horrores. eu por ele, ele por mim. éramos desgastantes separados, e grotescos juntos. quando os sinos tocaram freneticamente, estávamos em seu auto a caminho de casa, olhei para suas mãos no volante, com unhas feitas e cutículas afastadas. era medíocre e letal.
quando chegamos, eu já havia pensado em todas as possibilidades. a que mais martelava era aquela que ele continuaria falando sobre seus noves gatos, até que me fizesse explodir canções do buffalo springfield. para minha surpresa, ele apenas destravou as porta, e disse da forma mais humana "te ligo, pomba”.

atravessei a rua e entrei em casa. basicamente, foi isso sobre o dia e a noite.

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fica o que não se escreve.